Joseph M. Power
Devido aos inúmeros efeitos colaterais dos medicamentos e sua inabilidade para curar todas as doenças, os médicos começaram a procurar por alternativas e técnicas de cura.
Por anos, os benefícios dos exercícios e esportes têm sido estudados, mas mais recentemente, o potencial terapêutico no tratamento de desordens mentais têm se mostrado promissor.
De acordo com um estudo publicado pelo National Institute of Mental Health (USA), existe uma concordância entre os especialistas quanto ao fato de que praticar exercícios pode estar relacionado com a redução do estado ansioso, diminuição na depressão e redução de comportamentos freqüentemente associados com neurose e ansiedade (Biddle 1993).
Os estudos demonstraram que participar de um programa de exercícios pode diminuir os sintomas de depressão (Antonelli 1982; Morgan & Godston, 1987); de desordem afetiva (Burnham, 1998); de transtorno de déficit de atenção e de comportamento disruptivo (Stryer, Tofler & Lapchick, 1998) e mesmo de abuso de substâncias (Fridinger & Dehart, 1993; Powers, Wood & Sachs, 1999).
Lidando com a ansiedade
Diversos estudos comprovam que o exercício pode exercer um papel importante na melhoria de certas ansiedades, como pânico e ansiedade generalizada (Berger & Dwen, 1993; Broocks, 1998). Num estudo realizado por Berger e Dwen, uma significante diminuição na tensão, depressão, raiva e confusão foram constatadas num grupo de nadadores depois de participarem de uma competição. Não só os pacientes têm achado que os exercícios ajudam com a ansiedade. Um artigo lançado em 1983 revelou que 60% dos médicos receitam exercícios para o tratamento de ansiedade.
Os mecanismos precisos responsáveis pela redução da ansiedade ainda não são totalmente entendidos.
Diversos estudos demonstraram vários aumentos e reduções em níveis de hormônios ou neuroquímicos, que são considerados redutores da ansiedade. Num estudo conduzido com mulheres na fase adolescente que se apresentavam ansiosas, foi encontrado um aumento no plasma adreno corticotropic, hormônio (ACTH) em 100%, e um aumento na beta-endorfina, em níveis de mais de 60%, mas depois dos exercícios (Volpi, 1992). Outros estudos mostram aumento de norepinephrine e gama aminobytryc ácido (GABA), que são monoamines localizadas em áreas do cérebro que se acredita serem ligadas à ansiedade (Head, Kendale, Ferner & Eagles, 1996)
Outros estudos indicam que os efeitos ansiolíticos do exercício podem ser encontrados/atingidos em qualquer hora do dia. Turine e Morgan testaram 30 corredores: 10 que geralmente correm de manhã, 10 que correm à tarde e 10 que correm à noite, e compararam os relatórios. O exercício teve o mesmo efeito em todos os participantes e a hora não teve importância. Turine e Morgan continuaram o estudo medindo os efeitos do exercício, fazendo os corredores praticarem numa hora diferente e que não gostavam. Ainda que a hora fosse diferente e que o corredor não gostasse, a diminuição da ansiedade foi a mesma, igual à do tempo preferido.
REDUÇÃO DA ANSIEDADE
Estudos demonstram um efeito definitivo na redução da ansiedade através dos exercícios, mas ainda assim, a quantidade e intensidade dos exercícios comprovam diferentes efeitos ansiolíticos.
Uma desculpa para muitos não se exercitarem, é que é cansativo e até doloroso, mas os estudos demonstraram que os maiores redutores de ansiedade são aqueles derivados de aeróbicos de pouca intensidade, como subir escadas ou caminhar e que podem encaixar-se perfeitamente no dia a dia de qualquer pessoa (Bartholomew e Linder 1998). Num estudo, Bartholomew e Lindeer compararam a intensidade do exercício à quantidade do benefício na redução da ansiedade em homens e mulheres. Um aumento de ansiedade foi encontrado depois de 20 minutos de exercícios de alta intensidade, portanto para melhor redução da ansiedade, um programa de exercícios de baixa intensidade é mais eficiente. Na verdade, existe uma teoria que diz que os exercícios de alta intensidade podem ser prejudicial para as pessoas com desordens de ansiedade. Um estudo similar conduzido por Segar com pacientes com câncer de mama que exercitavam, encontraram os mesmos resultados referentes à intensidade do exercício.
TIPO DE EXERCÍCIO
O tipo de exercício também pode beneficiar o gerenciamento da ansiedade. Os Estudos mostram que exercícios aeróbicos (bicicleta ou correr) têm efeitos mais significativos sobre a redução da ansiedade, comparados com anaeróbico (levantamento de peso, etc), Garvin Kotyn & Morgan, 1997; Niederhauser, 1995).
EXERCICIO COMBATE ANSIEDADE
Ainda que a explicação fisiológica para o porquê do exercício reduzir a ansiedade não ser estabelecida, o exercício pode e tem sido usado como ferramenta para combater uma série de problemas relacionados com ansiedade. Como benefício adicional, os exercícios regulares ou a participação em esportes pode aumentar a atenção (alertness) e a energia, sem citar o aumento da qualidade e longevidade da vida, do sistema imunológico e a redução do número de doenças. |