Jack D. Maser, PH.D. – National Institute Of Mental Health Tradução Silvana Prado
Medo e ansiedade são partes normais da vida, na verdade ela nos ajuda a adaptar a muitas condições. Quem entre nós não sentiu ansiedade quando estudando para uma prova e, por causa da ansiedade tirou notas melhores? Quem não andou por uma rua perigosa e escura sem sentir o medo? Ansiedade normal nos mantém alerta: faz com que questionemos se realmente queremos andar por aquela rua escura.
Profissionais da saúde mental se preocupam com as pessoas quando elas começam a apresentar medos e ansiedade anormais que, inexplicavelmente, atingem níveis devastadores e dramaticamente reduzem ou eliminam a produtividade em suas vidas interferindo com a qualidade de vida do individuo, atingindo seu relacionamento sem que haja uma explicação óbvia para a ansiedade?
Freqüentemente estas desordens se tornam mais difíceis e complicadas de serem tratadas, se acompanhadas de depressão, abuso de substâncias químicas e pensamentos de suicídio. A definição completa de cada subtipo pode ser encontrada no The Diagnostic and Statistical Manual Of Mental Disordes, descrevemos de maneira breve cada uma delas, no entanto este material é informativo e somente um psicólogo ou outro profissional da saúde poderá fazer um diagnóstico correto.
1. TRANSTORNO DO PÂNICO Em 10/20 minutos um medo que aumenta se desenvolve num período de desconforto intenso acompanhado de pelo menos 4 dos 13 sintomas físicos ou cognitivos. O individuo afetado acredita que está tendo um ataque do coração ou morrendo e, com freqüência, apresenta-se a um hospital achando que está numa situação grave.
2. TRANSTORNO DO PÂNICO COM AGORAFOBIA Freqüentemente Ataques do Pânico se tornam associados a lugares em que eles ocorreram. Quando a pessoa tenta evitar estes lugares, com medo de engatilhar o ataque ou de não ter ajuda disponível ou não pode escapar, ela desenvolve agorafobia o que tira dela a liberdade de movimentar-se e a vida pode se tornar severamente restrita.
3. TRANSTORNO DO PÂNICO SEM AGORAFOBIA Os ataques de pânico acontecem mas sem restrições da liberdade.
4. AGORAFOBIA SEM HISTÓRIA DE TRANSTORNO DO PÂNICO Pessoas com sintomas limitados de ataques pânico ou outro(s) sintoma(s) que a podem incapacitar ou embaraçar (exemplo incontinência urinária) podem passar a evitar diversas situações. Situações comuns de agorafobia: estar na multidão atravessar pontes ou sair de casa sozinho. Se a pessoa se obriga a sair é com muito medo.
5. FOBIA ESPECÍFICA Medo excessivo ao ser exposto a uma situação ou objeto (mas não a um ataque de pânico ou sentir-se embaraçado de participar de situações sociais) é a marca da fobia específica. Quando confrontado com estes objetos ou eventos como elevadores, funerais, chuvas com trovões, insetos ou animais com pêlos, indivíduos com fobias se tornam extremamente medrosos. Também pode envolver medo de perder o controle, pânico e desmaio quando confrontado com o objeto temido. Adolescentes e adultos reconhecem o medo como irracional, mas pouco podem fazer para pará-lo. Geralmente o indivíduo pode levar uma vida relativamente normal simplesmente evitando, e o diagnóstico nunca é feito.
6. FOBIA SOCIAL O indivíduo tem um medo persistente de se expor a observação de outros. Eles temem que farão alguma coisa ou agirão de uma maneira que os humilhará ou embaraçará. Ainda que seja normal ter alguma ansiedade antes de um encontro com o chefe ou antes de falar em público, a maioria das pessoas não fica incapacitada de passar pela prova. Este diagnóstico só é feito se a evitação interfere com o funcionamento do trabalho ou impedir de ela estar em situações sociais ou se a pessoa fica altamente estressada sobre o problema.
7. TRANSTORNO OBSESIVO COMPULSIVO Repetidos, estressantes obsessões (pensamentos) ou compulsões (rituais) podem significantemente interferir com o trabalho, casamento e vida social. A pessoa geralmente reconhece o comportamento não razoável, e este fato se adiciona ao estresse. No entanto, resistir a obsessão ou compulsão quer dizer que a ansiedade irá escalar rapidamente para níveis intoleráveis. É mais fácil se deixar vencer pelos pensamentos intrusos ou executar o comportamento.
8. TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (tspt) Esta condição clínica pode ser traçada como um evento traumático na vida do indivíduo. Pode ter sido causada depois de uma morte, tiroteio, depois de um estupro ou desastre. A experiência tem de ter causado intenso medo, impotência ou horror. Rapidamente depois do evento ou algum tempo após, a pessoa experimenta flashbacks, repetida lembrança do evento, sentimentos de desligamento do corpo, culpa problemas para dormir e uma variedade de outros sintomas somáticos.
9. TRANSTORNO DE ESTRESSE AGUDO Sintomas similar ao TSPT que se desenvolve dentro de um mês depois da exposição a um evento muito estressante e fica limitado ao período de 2 dias e 4 semanas, é o que define esta desordem. Enquanto vivencia o evento traumático ou logo após, o indivíduo tem pelo menos três dos seguintes sintomas dissociativos: um sentimento subjetivo de anestesia, distanciamento ou ausência de resposta emocional; redução da consciência sobre aquilo que o cerca; desrealização; despersonalização ou amnésia dissociativa.
10. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG) O indivíduo apresenta ansiedade excessiva e incontrolável e preocupação, por pelo menos seis meses. Ele se sente constantemente na “beira do abismo” e cansado, reclama de tensão muscular, irritabilidade e incapacidade de concentração, e o sono é interrompido.
11. ANSIEDADE INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS QUÍMICA A apresentação clínica desta condição pode lembrar pânico, GAD, fobia, ou CO. no entanto, é essencial que os sintomas de ansiedade sejam diretamente relacionadas a efeitos físicos de abuso de droga, medicação ou exposição a toxinas.
12. TRANSTORNO DE ANSIEDADE NÃO ESPECÍFICA Um grande número de pessoas pode encaixar nesta categoria. Estudos encontraram um número de pessoas com ansiedade e depressão misturados (não atingindo o diagnóstico para nenhum deles).
13. DEPRESSÃO A depressão é uma doença “do corpo como um todo”, que compromete seu corpo, humor e pensamento. Ela afeta a forma como você se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas. Uma doença depressiva não é um “baixo astral” passageiro. Também não é sinal de fraqueza ou uma condição que possa ser superada pela vontade ou com esforço. As pessoas com doença depressiva não podem simplesmente recompor-se e melhorar por conta própria. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos. O tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de depressão.
O que é impressionante é como muitas vezes uma ou mais destas ansiedades ocorrem junto com outra, como depressão e abuso de drogas. Aproximadamente 60% dos pacientes diagnosticados com TOC são mais tarde diagnosticados com depressão. Ataques de pânico são também encontrados em pacientes com esquizofrenia, ainda que não diagnosticado pelos clínicos.
É importante que os clínicos e pacientes reconheçam que tratamentos efetivos estão disponíveis. Fobias podem ser tratadas com métodos comportamentais, enquanto pânico pode ser tratado com medicação, terapia cognitiva comportamental ou os dois.
Comportamento obsessivo e estresse pós-traumático são mais difíceis de tratar mas os sintomas podem ser consideravelmente diminuídos se não eliminados. Quando a desordem de ansiedade é tratada efetivamente, o abuso de drogas e depressão secundária tendem a declinar. NÃO ESQUEÇA EXISTE TRATAMENTO
Opções de tratamento Estudos indicam que os tratamentos de maior sucesso para ansiedade são: terapias cognitivo comportamental, exposição (dessensibilização) e o medicamento. Escolha o que você acha que melhor funcionará para você.
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