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Cuide bem do seu coração - entrevista DR. Fransérgio

APOIAR: Você pode  apresentar-se, por favor?
Fransérgio: É uma satisfação estar aqui neste momento, nesta entrevista e no trabalho fantástico que você tem feito com a comunidade. Meu nome é Francisco Sérgio Garcia. Sou muito conhecido como Fransérgio. Acho que isso vem da época do esporte. Sou médico cardiologista e também trabalho na área de marcapassos cardíaco, no Hospital do Coração e outro hospital.

,APOIAR: Quais são os problemas que mais chegam no Hospital do Coração para você?
Fransérgio: Sem sombras de dúvidas as doenças que mais matam são as doenças cardiovasculares e cérebro-encefálicas, sendo esta uma incidência muito alta. O Hospital do Coração recebe um contingente muito grande de pacientes, não só de Franca, mas de toda a região.Sendo nossa cidade situada numa zona endêmica da doença de Chagas,o contingente de pacientes portadores de miocárdiopatia chagásica é muito grande.                                                                                                                                   APOIAR: A Organização Mundial de Saúde diz que o que mais mata no mundo hoje, o assassino número 1, são as doenças do coração. Porque estamos tendo tantos problemas com doenças do coração?
Fransérgio: A doença cardiovascular é multifatorial, ou seja, existem vários fatores de risco conhecidos: colesterol, triglicérides, vida sedentária, obesidade, stress, cigarro, e,  seguramente alguns ainda desconhecidos Num mundo capitalista, eu diria capitalismo selvagem, em que existe uma busca infinita para os bens materiais, acaba gerando muita ansiedade, frustrações e perda dos verdadeiros valores de nossa existência levando ao aparecimento de doenças.
APOIAR: Diversos estudos têm sido publicados, comprovando que pessoas com depressão podem ser levadas a problemas cardíacos. O que você pensa disto?
Fransérgio: Sem sombras de dúvidas a parte emocional é extremamente importante; tem até um ditado que diz: o que mata não é o trabalho, o que  mata é a raiva, demonstrando a importância  do componente emocional  com fator de risco. Observamos pacientes com arritmias cardíaca em corações normais, à medida que desaparece o componente emocional há normalização do quadro arritmogenico.A influencia é em todo nosso organismo, haja visto que existe a úlcera de stresss, o estômago chega a sangrar.APOIAR: Um problema constante que tem aparecido muito aqui no APOIAR,  é aquele onde o empresário que se arrebenta de trabalhar, acabem tendo um problema cardíaco, tem de passar por uma operação, mas logo que se recupera entra em depressão severa. Talvez o trauma da operação, o medo de morrer, deixem suas marcas. Como prevenir estas situações?
Fransérgio: Bom, primeiro ele não deveria ter chegado ao ponto de ter um acometimento cardiovascular... Mas depois que já teve um infarto, já passou por uma cirurgia cardíaca, nós observamos que estas pessoas mudam as suas prioridades, o que era importante deixa de ser, e elas passam a ver a vida de uma maneira diferente, os valores mudam muito, e claro que isto traz um ponto de reflexão.
APOIAR: Então o empresário ou a pessoa que teve este problema cardíaco, achei legal você falar isto, tem de reavaliar, olhar para trás e perceber que deveria ter feito diferente, mas já que não dá mais, o que ele deve fazer: procurar um acompanhamento profissional, ou dá para fazer as mudanças sozinho? Porque ele quer prevenir um segundo problema... Fransérgio: É, Silvana,  acho que isso é muito individual; muitas pessoas acham que precisam de um acompanhamento, outras não, e muitos precisam é de uma equipe multidiciplinar.,.

APOIAR: Outros problemas que mais têm aparecido aqui é aquele da  pessoa  que está com pânico mas não sabe diferenciar o que é um ataque de pânico de um ataque do coração; então o que acontece é que o ela fica indo lá para o Pronto Socorro, o Hospital do Coração dizendo que está morrendo. Enfim, como uma pessoa sabe a diferença entre o ataque do pânico e o ataque do coração?
Fransérgio: É uma dificuldade que nós médicos também encontramos, principalmente quando atrás do quadro emocional existe uma já sabida doença que poderia levar há alguns sintomas parecidos. Somos obrigados a buscar os métodos auxiliares de diagnóstico. Felizmente estes quadros são raros e na maioria das vezes uma boa história da suposta doença é fácil de identificar.

 

APOIAR: Entendo, mas como convencer o paciente de que ele não está tendo um ataque do coração?
Fransérgio: Após estarmos seguros de que realmente não existe doença orgânica, procuramos transmitir ao paciente a confiança necessária do seu estado de saúde. Não sendo possível convencê-lo encaminhamos para o profissional da área.                                                          APOIAR: Quais seriam um sintomas de uma pessoa que está realmente tendo um ataque do coração, o que ela deve estar procurando, quais os sintomas para ela procurar um médico imediatamente?
Fransérgio: Medicina não é uma ciência exata, e por isso qualquer pessoa que não esteja sentindo-se bem deverá procurar um serviço de assistência médica, não esquecendo que a prevenção é sempre o melhor caminho..
APOIAR: Vamos falar no grande vilão: o colesterol. Fiz alguns exames no ano passado, tenho uma dieta super saudável, faço exercícios, meditação, e deu uma pequena alteração no colesterol; o que você fala: a gente tem que ter tanto medo assim do colesterol?
Fransérgio: É, um lipídio quando, aumentado na circulação, participa, juntamente com inúmeros outros fatores, para o desenvolvimento das placas de ateroma  que levam à obstrução das artérias. E não poderíamos deixar de citar o componente emocional como um dos grandes participantes desta preocupante enfermidade, já que está muito ligado à sua área de atuação.                                                                                                                                                                  A POIAR: Então as pessoas felizes têm mesmo problemas do coração?
Fransérgio: Podemos afirmar que as pessoas felizes são as que encontraram o verdadeiro caminho. Seguramente são as que têm o menor tipo de problema em qualquer área.                                                                                                                                        APOIAR: Tem alguma coisa que eu não perguntei, que você gostaria de falar? Você vai estar fazendo uma palestra para nós dia 31 de maio, e as pessoas estão com esperança de que você passe bastante informação e esperança...
Fransérgio: Não, não tem nada específico. Não é uma palestra: eu vou conversar com o pessoal, porque eu não sou um palestrista, e então vou falar de algum assunto que possa ajudar neste seu trabalho, e cumprimentar o APOIAR por este brilhante trabalho social de ajuda à comunidade. Deveríamos ter muito mais Silvanas em Franca, e grupos de apoio.

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