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Depressão seus Aspectos e Tratamentos

Fonte: National Institute of Healtf – USA

 

   “Alguns dias nada poderia me fazer sentir melhor… não importava quanto eu dormisse, estava sempre cansada. Trabalhar é difícil, não conseguia concentrar; nada fazia sentido, sentia-me desqualificada, era como estar no fundo de um poço escuro, sem saída, sem esperança”.

Depressão é uma doença. É diferente daquela tristeza normal que sentimos. Depressão é persistente e interferem de maneira significativa e persistente com a capacidade de ter uma vida feliz e produtiva. Existem três tipos de depressão: 1 Clínica(pura), 2 Distimia e 3 Bipolar.
Sintomas e tipos de depressão:

  • Sentimento persistente de vazio ou de tristeza;
  • Perda do prazer em atividades comuns, inclusive o sexo;
  • Diminuição da energia, cansaço;
  • Problemas para dormir (insônia, acordar muito cedo ou dormir demais);
  • Distúrbios de apetite (perda de apetite, de peso ou ganho de peso);
  • Sentimos de culpa, de não ter valor, de não existir esperança;
  • Pensamentos de morte ou suicídio; irritabilidade;
  • Chorar excessivamente;
  • Dores crônicas que não respondem ao tratamento.

No trabalho, os sintomas da depressão geralmente podem ser reconhecidos como:

  • Diminuição em produtividade;
  • Problemas emocionais (moral baixo);
  • Reclamações de estar cansado o tempo todo;
  • Muitas faltas;
  • Sentir-se inseguro, provocar acidentes;
  • Falta de cooperação com os outros;
  • Reclamações de dores inexplicáveis;
  • Abuso de álcool ou outras drogas.

O diagnóstico para depressão é feito quando a pessoa tem cinco ou mais dos sintomas acima descritos e incapacidade de realizar atividades normais, quase todos os dias, por um período de duas semanas. Depressão começa a aparecer entre 15 a 30 anos, e pode aparecer em crianças. Os episódios geralmente recorrem.
Distimia é uma forma amena de depressão, que é diagnosticada quando a tristeza persiste por pelo menos 2 anos (1 ano em criança) e é acompanhada por pelo menos 2 sintomas de depressão. Muitas pessoas com distimia desenvolvem depressão.
As pessoas saudáveis experimentam estes sentimentos ou sintomas de vez em quando. A que ponto então o “baixo astral” natural se torna uma depressão? Devemos procurar pela intensidade.
Devemos perguntar: quão forte é o sintoma? Quase não se nota ou é intenso? Se estes sintomas interferirem no trabalho, nas amizades, na família, podem tornar-se uma depressão.
Precisamos também verificar a duração. Por quanto tempo os sintomas estão persistindo? Se você não sente alegria por um mês, a depressão pode estar aparecendo.
Finalmente, você deve considerar o número de sintomas. Muitas pessoas não sabem se tem depressão porque os sintomas são constantes e num nível baixo; e enquanto nenhum dos sintomas se mostrarem graves o suficiente para procurar um médico, a coleção de sintomas da depressão tira toda a energia psíquica e a habilidade de apreciar a vida.
O National institute of Health, no entanto, recomenda:
   “uma avaliação completa e necessária se 4 ou mais dos sintomas de depressão persistirem por mais de duas semanas, ou estão interferindo com a vida familiar ou no trabalho”.
A depressão também se manifesta como falta de positivismo. Muitas pessoas experimentam a depressão mais como uma falta de prazer/alegria, do que a presença da dor.
Apesar de tudo, a depressão é uma das doenças menos diagnosticadas.
Algumas razões que podemos citar é que, primeiro, a depressão é considerada um sintoma, ou seja, é uma tristeza, um desejo não realizado, uma raiva não expressa, desta forma o fato de que seja um desequilíbrio químico pode ser ignorado.
Outro fator é que os médicos tendem a procurar por sintomas físicos, e muitas pessoas sentindo-se tristes, pra baixo, cansadas em excesso, acham que é só uma fase... Mas não é o caso. Anualmente nos EUA, 30.0000 pessoas cometem suicídio. 70% destes suicídios devem-se à falta de tratamento. Deixada sem tratamento, a depressão torna-se uma ameaça à vida.
   E finalmente, muitas pessoas não procuram tratamento por que se sentem ansiosas, com raiva por estarem se sentindo mal ou acham que não merecem melhorar, tornando-se a própria depressão o que mantém a pessoa sem buscar tratamento.
A depressão é considerada por alguns especialistas uma doença crônica, principalmente após alguns episódios mais graves.
Entre as fontes de pesquisas usadas para este artigo, encontramos o psiquiatra e professor da Universidade de George Washington e ex-diretor do National Institute of Mental Health dos Estados Unidos, dizendo que 8% dos pacientes que tiveram uma ocorrência de depressão profunda terão outras mais tarde. Mas precisamos pensar que este número é uma estatística, e seres humanos são imprevisíveis, e não são números. A maneira que uma pessoa reage à depressão vai influenciar em sua recuperação e na prevenção de outras recaídas.
O maior problema para as pessoas com depressão crônica é que quando param o medicamento, a depressão volta. Alguém pode iniciar o uso de drogas (medicamentos) no primeiro episódio, pensando que depois de recuperado nunca mais usará medicamento. Mas após dez anos de uso contínuo, perceberá que talvez não consiga deixar de usá-lo.
Portanto, a depressão deve ser vencida uma a uma, a cada episódio, ou então melhor seria usar medicamento constantemente para evitar as recaídas.
Entre a nova linha de antidepressivos temos as seguintes opções:
   SSRIs (Inibidores da recaptação de serotonina) – que atingem os neurotransmissores diferentes ou combinados. Trazem alívio com poucos efeitos colaterais, mas um dos seus piores lados negativos é que entre os usuários, 70% têm dificuldades sexuais. E este é um grande problema, diz Donald Klein. Ainda que não existam dados concretos, as evidências mostram que as pessoas interrompem o tratamento por causa dos efeitos colaterais na parte sexual. Mas estes efeitos podem depender de como o tratamento é conduzido pelo médico. O zoloft, por exemplo, tem ação curta e pode ser parado por alguns dias, até que seja restaurada a atividade sexual neste período.
Adicionar Wellbutrin ao SSRIs é uma outra maneira encontrada de restaurar a libido (note que os estudos são contraditórios). Mas nem todos os médicos tentam fazer este ajuste, eles simplesmente dizem ao paciente: este é o preço que você terá que pagar pela recuperação.
Outro fator de preocupação nesta área é que estas drogas são oficialmente aprovadas para o uso, por um curto período de 6 a 12 meses, mas ainda assim, rotineiramente, são prescritos por períodos indefinidos para prevenir futuros episódios de depressão.
Muitas pessoas não sabem se tem depressão porque os sintomas são constantes e num nível baixo; e enquanto nenhum dos sintomas se mostrarem graves o suficiente para procurar um médico, a coleção de sintomas da depressão tira toda a energia psíquica e habilidade de apreciar a vida. Não é que as drogas não sejam indicadas para tratamento a longo tempo, mas é simplesmente impossível conduzir estudos por longos períodos, pois os americanos abandonam logo o acompanhamento.
“Portanto, você tem esta disparidade entre quão longo será o tempo que a medicação foi aprovada e o tempo que terá de tomá-la na vida real, para conseguir ficar por mais tempo sem depressão, diz Peter Dr. Krammer. Ninguém conseguiu preencher esta lacuna, ou seja, descobrir o que é apropriado num tratamento a longo prazo, para que as recaídas sejam realmente evitadas. Por outro lado, a medicação vai perdendo seu efeito? São respostas que não temos ainda, e mesmo se o antidepressivo puder controlar um episódio de depressão temporariamente, as drogas não curam, da mesma forma que insulina não cura diabetes. Os demônios retornam com o tempo”.
Portanto, porque não parar com o medicamento depois que o episódio passar e voltar a usá-lo depois que a depressão retornar? O Dr. Krammer cita um fenômeno chamado Kindling – quanto mais episódios você tem, pior eles se tornam – e menos estresse será necessário para desencadear outro episódio.
Alguns estudos indicam ainda que iniciar e parar o medicamento talvez aumente a necessidade de doses maiores na próxima vez.
Diz Goodwin que sem tratamento, alguns episódios de depressão se resolvem sozinhos, no geral em menos de um ano, mas existe variação de pessoa para pessoa. E que antidepressivo apressa a recuperação eliminando os sintomas, aumentando a motivação e energia.
O Dr. Klein diz que de cada 100 pacientes deprimidos que tomam o antidepressivo, só 66 melhoram. No entanto, metade destas respostas deve-se ao efeito placebo. Então na verdade só 1/3 dos pacientes estão realmente respondendo ao tratamento.
Mas é possível tomar uma droga por tempo indefinido, usando a mesma dose e manter o mesmo resultado no alivio da depressão.
Nas estimativas do Dr. Klein a maioria dos sofredores – de 85% a 90% - pode encontrar alivio com uma droga ou a combinação delas, dentro de seis a oito semanas, se assumirmos que eles tomarão medicamento “com total concordância” com o prescrito. (o termo usado na gíria americana é total compliance).
A maioria das pessoas com depressão, diz ele, encontra alívio com o primeiro ou segundo antidepressivo que usam. Só 10 a 15% dos pacientes com depressão unipolar ou bipolar são realmente resistentes.
Para determinar quem é um possível candidato ao uso de drogas ao longo prazo (mais de um ano), geralmente leva-se em conta: a freqüência e quão longo foi o tempo entre os episódios, a severidade dos sintomas depressivos, o risco de suicídio e também o histórico de familiares com problemas de distúrbios de ansiedade.
Um dos mais debatidos dilemas no tratamento hoje é como lidar com a depressão persistente, mas não tão grave, conhecida como distimia.
   Ela precisa de tratamento em longo prazo? Precisa de medicamentos de verdade?
   O Dr. Jesse Rosenthal, do Beth Israel Medical Center em NY, diz que o preço pago por estes pacientes com distimia, pode ser pode ser tão caro como o pago pelo pacientes com depressão severa, em termos de danos ao relacionamento, performance baixa no trabalho e pouca energia.
   Mas existem ainda outros problemas além de o paciente ficar em longo prazo tomando um medicamento. É que alguns pacientes, chamados de “pop out”, simplesmente param o medicamento depois de um tempo. Não existem estudos oficiais sobre o número de pacientes que param, mas é estimado que 20% param. Isto ocorre geralmente no terceiro ou quarto mês do tratamento, mas depois, além disto, ninguém sabe dar uma previsão correta.
[O “pop-out” não é incomum; notamos isto no grupo de auto-ajuda APOIAR. Muitos pacientes sentem-se melhores e começam a falar em parar o medicamento, às vezes por conta própria, o que sabemos ser contra-indicado. Outra incidência comum no grupo é gente tomando só a metade da dose, pulando doses, em total descumprimento às orientações médicas. Nós procuramos alertar os participantes que qualquer modificação no tratamento deve ser conversado com o médico e que podem estar diminuindo a eficácia do tratamento pelo uso incorreto do medicamento].
Outro fator ainda desconhecido e que é conseqüência do “pop – out” é: o medicamento não funciona mesmo ou as recaídas acabam sendo mais fortes do que o medicamento? A idade é outro fator a ser considerado, pois o corpo pode deixar de aproveitar o medicamento em sua totalidade; o abuso de substância química, outra doença mental e o uso incorreto do medicamento são considerações a serem feitas no estudo do medicamento e a sua ação.
Os pesquisadores do laboratório Eli Lylli (criadores do Prozac) estimam que só 50% das pessoas tomam medicamentos de forma adequada. Eles perdem a dose ou param por conta própria. Não é incomum pararem após quatro meses, ainda que o tratamento indicado seja por mais tempo. Alguns alegam não suportar os efeitos colaterais; outros se sentem tão bem que ficam autoconfiantes e ainda outros querem esquecer a negra depressão, e a pílula é uma lembrança diária.
Mas qualquer que seja a causa do “pop-out”, você sempre pode voltar a usar o medicamento – aumentando ou mesmo diminuindo a dose mudando ou adicionando um medicamento novo.
Enquanto aos antigos IMAOS podiam ser perigosos em doses altas, os SSRI podem ter a dose dobrada e depois dobrada de novo, sem causar dano, acredita Peter Krammer. Ele crê ainda que os médicos têm receitado os ‘Prozac’ da vida em doses muito altas. A maioria das pessoas se dá bem com 10 mg, mas é comum ver pacientes tomando de 10 a 80 mg. Dizem ainda que os SSRI afetam a memória, mas é difícil de saber, pois a depressão em si mesmo afeta a memória.
E qual o papel da terapia?
Os estudos comprovam que o melhor tratamento envolve a combinação de drogas e terapias. Mas algumas não são efetivas diz Goodwin, o aqui e o agora, ou seja, a terapia Cognitiva Comportamental é o que funciona.
Mesmo o paciente tomando medicamentos, ele precisa de atenção para lidar com o estresse diário, prevenir ou tratar do abuso de substâncias, etc.
Depressão pode alternar com mania, neste caso é chamado de transtorno bipolar. Neste distúrbio, a depressão alterna com mania, que é um estado caracterizado por altos e baixos onde em um momento a pessoa se acha um “DEUS” e em outro é dominado por depressão intensa. Porque o distúrbio bipolar requer tratamento diferente da depressão ou das distimia é importante obter um diagnóstico preciso.
Fatos sobre depressão

  • Depressão é o que mais incapacita as pessoas nos EUA e mundialmente.
  • Depressão afeta mais ou menos 9,5% de americanos adultos, idade variando entre 18 e acima, ou mais ou menos 18,8 milhões de pessoas de acordo com dados publicados em 1998.
  • Afeta quase duas vezes mais mulheres (12%) do que homens (7%).
  • Depressão pode ser devastadora para relações familiares, amizades, e a habilidade de trabalhar ou ir para a escola. Muitas pessoas ainda acreditam que os sintomas emocionais causados pela depressão não são reais, e que uma pessoa deveria poder  vencer os sintomas. Por causa destas convicções erradas, as pessoas com depressão podem não reconhecer que têm um problema ou talvez se sintam desencorajadas de buscar ou ficar em tratamento devido a sentimentos de vergonha e exclusão.
  • Muito frequentemente, depressão não tratada ou tratada inadequadamente é associada com suicídio.

Tratamentos
Medicamentos antidepressivos são tratamentos usados efetivamente no tratamento da depressão. Antidepressivos influenciam o funcionando de certas substâncias químicas no cérebro chamado de neurotransmissores. Os medicamentos mais novos, como os inibidores de recaptação de serotonina seletivos (IRS), tendem a ter menos efeitos colaterais que as drogas mais velhas que incluem antidepressivos triciclos (TCAs) e inibidores de oxidase de monoamina (MAOIs). Embora ambas as gerações de medicamentos sejam efetivas no alivio da depressão, algumas pessoas respondem melhor a um tipo de droga, do que a outra. Outros tipos de antidepressivos estão agora em desenvolvimento.
Certos tipos de psicoterapia, especificamente Terapia Cognitiva Comportamental e Terapia Interpessoal, tem sido efetivas no tratamento da depressão. Estudos indicam que a depressão moderada pode ser tratada com sucesso usando somente uma das terapias mencionadas acima. No entanto depressão severa parece responder melhor a uma combinação de psicoterapia e medicamentos. Mais que 80 por cento das pessoas com depressão melhoram quando elas recebem o tratamento adequado.
Em situações onde o medicamento, psicoterapia, e a combinação destas intervenções são ineficazes, ou muito vagarosas no alivio dos sintomas severos como psicose (por exemplo, alucinações, etc) ou tendências suicidas, Eletroconvulsivo Terapia costuma ser muito efetiva no tratamento de episódios deprimentes severos.
A possibilidade de perda da memória causou muita preocupação no passado, esta significativamente reduzida com técnicas de Eletroconvulsivo modernas. Porém, os benefícios e riscos da terapia  e de outras intervenções alternativas disponíveis, devem ser estudadas cuidadosamente, revistos e discutidos considerando cada indivíduo e suas peculariedades.

 JAMA – Journal of the American Medical Association – em estudo divulgado no seu site resultados similares aos do NIMH foram comprovados nos testes realizados neste estudo divulgado pelo JAMA não existiu diferença na eficácia do hipérico, da sertralina e do placebo (10 de abril de 2002).
O que as pesquisas dizem:

  • Imagens do cérebro estão revelando que em depressão, existem circuitos (ver com medico neural) responsáveis pelos pensamentos, sono, apetite e comportamento. Estes circuitos não funcionam corretamente em pacientes com depressão, e que o regulamento de neurotransmissores principais é prejudicado.
  • Pesquisas na área da genética, inclusive estudos de gêmeos, indicam que os genes exercem um papel em depressão. Vulnerabilidade para a depressão parece ser o estado de influência de genes múltiplos que agem junto com fatores ambientais.
  • Outra pesquisa mostrou que eventos estressantes particularmente na forma de perdas como a morte do companheiro (a)/ esposa ou familiar intimo, podem ativar a depressão em indivíduos suscetíveis.
  • O sistema hormonal que regula a resposta do corpo [hypothalamic – pituitário – adrenal (HPA)], é  superativo em muitas pessoas com depressão. Resultados de pesquisa sugerem que esta superatividade persistente pode causar depressão.
  • Distorções cognitivas a relações interpessoais geralmente são associadas com a depressão.

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