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Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento da ansiedade

Conferência ministrada durante a convenção de 2002 nos EUA por Martin M. Antony, PhD Chief Psychologist, St. Joseph’s hospital.

   Estratégias de tratamento

  • Medicação;
  • Estratégias cognitivas;
  • Exposição;
  • Relaxamento;
  •  Outras estratégias.

   O que esperar da TCC no tratamento de transtornos de ansiedade?

  • O tratamento geralmente é breve.
  • O tratamento concentra-se em identificar e mudar os fatores cognitivos e comportamentais que atualmente mantém o problema ao invés de focar nos fatores que talvez tenham inicialmente causado o problema.
  • O terapeuta é muito ativo no tratamento.
  • Espera-se que o paciente faça o dever de casa entre sessões.
  • O tratamento pode acontecer fora do consultório médico.
  • O tratamento é dirigido ao cumprimento das metas.
  • Exemplos de metas:
  • Não ter mais ataques de pânico.
  • Ser capaz de viajar de avião.
  • Atender um casamento.
  • Enviar uma carta sem ficar conferindo repetidamente.
  • Dirigir numa estrada onde aconteceu um acidente comigo.
  • Dormir rapidamente ao invés de permitir que as preocupações me mantenham acordado.

Decidindo qual o problema tratar primeiro:

  • Qual dos problemas causas maior incapacidade (interfere com o trabalho, vida social, responsabilidades em casa, lazer, etc).
  • Qual o problema é mais estressante para o paciente tratar primeiro.
  • Qual o problema que o paciente quer trabalhar primeiro.
  • Qual o problema que responde mais rapidamente ao tratamento.
  • Qual é o relacionamento funcional entre os problemas (está uma das sensações causando ou aumentando as outras?).
  • Um dos problemas pode interferir no tratamento dos outros?

Ataques de pânico
Modelo cognitivo de pânico de acordo com David Clark.
Sensação física = interpretação catastrófica = medo e pânico.
Modelo integrado do pânico de acordo com David Barlow (2002)
Vulnerabilidade biológica + estresse = alarme falso = ansiedade e alarmes aprendidos = evitação agorafobia.
Características – sintomas principais: intensidade, ataques súbitos e inesperados, urgência em fugir, sentimento de que um mal terrível irá acontecer, apreensão e medo constante de ter outro ataque, medo de ficar louco, disfunção.
Números de visitas aos médicos: em geral 9,5
Causas do transtorno do pânico
   Fatores de risco:

  • Sexo;
  • Depressão ou perda muito dolorosa;
  • História de sintomas cardíacos;
  • Muito CO2, causou pânico em 90% de pessoas com alta sensitividade a ansiedade;

   Portanto, a sensitividade aos efeitos de CO2, estão incluídos em fatores de risco.

Tratamentos:

  • Avaliando 43 estudos sérios conduzidos desde 1974 a 1994: medicamentos e TCC são mais efetivos (o Jornal Mente Livre de Abril trouxe outro estudo apresentado  no congresso onde mostrou que TCC é mais efetiva quando aplicada sozinha, pois determinados medicamentos podem interferir com sua eficácia).
  • O follow up mostrou que pacientes tratados com TCC ficam bem rapidamente e têm poucas recaídas.
  • Em outra pesquisa pacientes abandonaram o tratamento.
  • Medicamento + TCC – 25% abandonaram.
  • TCC – pouquíssimas pessoas abandonaram.
  • Medicamento sozinho – metade abandonou.

   Boas notícias:

  • A maioria dos pacientes melhorou.
  • TCC tem efeito duradouro.
  • TCC melhora condições de cormobidade.
  • TCC melhora a qualidade de vida.
  • TCC funciona no mundo real, não só em laboratórios.

   Novidades não tão boas:

  • Ainda que haja benefícios ficam sintomas residuais.
  • 27% procura outro tratamento.
  • Pacientes com agorafobia mostram menos benefícios.

Como melhorar o tratamento:

  • Diminuir a sensitividade
  • Usar estimulantes para saber/ aprender a lidar com as crises de pânico (tolerância).
  • Subir e descer escadas para causar os sintomas, e você perceber que pode pará-los se quiser. (o uso de substâncias como cafeína e niacina para provocar ansiedade, você não pode parar os sintomas até que a substância seja retirada de seu organismo).

   Criar um tratamento correspondente para cada paciente para tratar a ansiedade, pois cada um precisa de diferentes estratégias de tratamento.
Dificuldades cardíacas como vencer: bicicleta estacionária, correr no lugar, subir escadas, usar cafeína e outros estímulos.
Vencendo sensitividade respiratória: segurar a respiração, respirar através de um canudinho.
Inalação de CO2, provocar hiperventilação, rodar, ingerir comidas apimentadas, cheirar substâncias desagradáveis.
Vencendo o medo de dissociação (induzindo): hiperventilação, focar em um ponto preto, estimulação audiovisual.
Vencendo o medo de ficar louco: assistir filmes que falem sobre insanidade mental, ler livros sobre o assunto, fazer exposição imaginária, exposição ao vivo (por exemplo: na sala com o terapeuta pegar uma faca, causar hiperventilação e imaginar que irá esfaquear o terapeuta. Essa exposição é muito poderosa e o terapeuta tem de estar confiante nos resultados e no paciente).

   Decidindo qual terapia para o problema

  • Terapia Cognitivo e Comportamental é efetiva para: Transtorno do Pânico , Fobia Social, Fobias Específicas, e Transtorno Obsessivo Compulsivo. É importante lembrar que outras pesquisas mostraram que TCC para fobias específicas e TOC não funcionam tão bem, de acordo com estes estudos o que funciona melhor é exposição, pois a pessoa com TOC pode desenvolver obsessões quando realizando as tarefas de casa.
  • Reconhecer os caminhos que levam ao desenvolvimento do medo.
  • Reconhecer variáveis que afetam o medo.
  • Perceber as melhores opções para lidar com pensamentos de medo.
  • Fazer diário de atividades.
  • Fazer teste para tratamento comportamental.

   Introdução a estratégias cognitivas

  • Estrutura da sessão da terapia.
  • Discutir o que o paciente fez na semana que passou e seu trabalho em casa.
  • Psicoeducação – introdução aos preconceitos cognitivos (crenças comuns do ansioso).
  • Aplicação de técnicas de reestruturação cognitivas, testar hipóteses, etc.
  • Determinar novas tarefas de casa.

   Questões para facilitar mudanças cognitivas:

  • Meus pensamentos são verdadeiros?
  • Meus pensamentos têm consistência frente a realidade?
  • Existem outras maneiras de pensar sobre esta situação?
  • Meus pensamentos estão ajudando?
  • Como aprendi pensar desta forma?
  • O que eu diria a um amigo nesta situação?

Tratamentos baseados em exposição (modalidades)

  • Exposição ao vivo
  • Exposição imaginária
  • Exposição interoceptiva
  • Exposição virtual
  • Combinando com dessensibilização sistemática, relaxamento e EMDR (eyes moviment dessensibilization).

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