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O FUTURO DAS TERAPIAS PARA ANSIEDADE

Fonte: Congresso ADAA
Comentários: Silvana Prado

   O material abaixo foi apresentado durante a convenção realizada neste ano de 2002 nos Estados unidos promovido pelo ADAA. O expositor foi David Barlow professor de psicologia pesquisador e diretor de um dos maiores centros de tratamentos de ansiedade generalizada realizados desde 1970 até 1980 e o que deverá ser feito mo futuro de acordo com estudos realizados em sua clínica.
Dr. Barlow explicou que ainda que as pessoas façam exposição, muito poucas realmente ficam curadas. Ele alega que os exercícios de distração acabam perpetuando o pânico ou a ansiedade, pois em última análise, o que a pessoa está fazendo é tentando não ficar ansioso quando na verdade ela precisa entender que o ataque de ansiedade ou de pânico vai passar, não mata, etc..., mas cada vez que ela evita um ataque usando respiração ou distração está passando a mensagem que não é ok ter ansiedade.
De acordo com os resultados de Barlow foi ainda comprovando que o melhor tratamento é terapia comportamental em grupo sendo que essas pessoas apresentam um nível baixo de recaídas.
Os tratamentos atuais representam os seguintes resultados:

  • São efetivos, mas precisam ser melhorados.
  • Existem muitos protocolos e manuais de tratamentos.
  • Os protocolos são muito complexos o que restringem sua disseminação.
  • Os protocolos são pouco utilizados.

   Para o futuro Dr. Barlow ressalta a função amígdala e seu controle através de estratégia e terapias para regular a emoção como:
Psicoeducacional
Reestruturação cognitiva
Prevenir evitação
Aumentar as reações positivas (o medo é instintivo com função de nos proteger, como aumentar a emoção oposta?).

   Na área psicoeducacional
   Busca se entender a natureza e a função das emoções e como ela se tornaram (desordenadas): hereditariedade, experiências anteriores, experiências emocionais especificas aprendida (trauma, modeling).

Reestruturação cognitiva

  • Corrigir a estimativa que a pessoa tem de que eventos negativos possam ocorrer.
  • Reduzir a avaliação que a pessoa faz sobre eventos negativos (decatastrophizing). Eliminar qualquer sinal de evitação ou objeto de segurança ou progresso total não será realizado.

Estratégias para regular emoções – geral

  • Sinais de segurança: garrafas de água, celulares, medicamentos.
  • Rituais cognitivos.
  • Distração.
  • Racionalização.

Prevenir as seguintes evitações: especifica

  • Transtorno do pânico: evitação somática e sensorial, experiências emocionais.
  • Fobia Social: evitação do objeto: situação.
  • Transtorno Obsessivo compulsivo: rituais comportamentais.
  • Transtorno de ansiedade generalizada: perfeccionismo: preocupação – preocupação.
  • Transtorno de estresse pós-traumático: evitação de gatilhos que afetam o trauma.
  • Depressão fuga.

   Estratégia para regular emoção. Aumentado as tendências opostas de ação – geral:

  • Exposição.
  • Eliminar supressão.
  • Reconhecer as emoções.
  • Facilitar experiências e aceitação.

   Aumentando as tendências opostas das ações – especificas.

  • Distúrbios de ansiedade generalizada: desequilíbrio emocional.
  • Depressão: ativar comportamentos.
  • Distúrbios do pânico: ativação emocional e somática.

   O que se espera no futuro

  • Aumentar conhecimentos da psicopatologia levará a melhores tratamentos.
  • O tratamento de desordens emocionais se focará no desregulamento emocional.
  • Outro resultado interessante dos estudos de Barlow foi que em um estudo pacientes com moderada/ severa agorafobia tiveram uma melhora mais rápida recebendo TCC intensivamente num tratamento de oito dias em comparação com outros que receberam o tratamento geralmente usado de doze semanas.

Apoiar opinião
   Em um debate sobre teorias de Barlow de que o paciente não deverá usar respiração, relaxamento nos momentos de pânico a maioria dos especialistas discordaram uma vez que os tratamentos no geral tem sido bem sucedidos. Na minha opinião (Silvana) acredito sim que o paciente chegará a um ponto onde precisará usar uma técnica de distração  para lidar com pânico, mas isto acontecerá naturalmente.
No grupo de Franca notamos muitos participantes que no início se recusam terminantemente a fazer qualquer exposição por medo de ter crise, eles se sentem totalmente a mercê da crise, indefesos, sem saídas. Com o aprendizado das técnicas da respiração da meditação a prática do exercício e das terapias cognitivas e comportamentais eles passam a sentir confiança em si mesmos não mais vitimas indefesas dos ataques. Alguns deixam de ter as crises espontaneamente outros sente-se confiantes o suficiente para começarem  suas exposições.
Recuperada que me encontro hoje das crises de pânico, não consigo me imaginar fazendo uma exposição sem usar a respiração ou as técnicas de distração. Com a melhora geral de meu corpo e da minha mente, consegui perceber que era capaz de vence o medo. Acredito firmemente que melhorando nossa auto-estima, nossa saúde física, começaremos a entrar em um estado mental saudável onde o pânico não tem lugar para sobreviver.
O objetivo principal não é conseguir ter uma crise de pânico sem usar nenhuma técnica. É NÃO TER CRISE DE PÂNICO DE FORMA ALGUMA, pois o pânico é simplesmente o reflexo de nossa incapacidade de lidar com nossas dificuldades e problemas, nossa falta de amor próprio e isto só pode ser mudado através do auto - conhecimento. Mais e mais pessoas no Apoiar de Franca estão bem sem tomar medicamento mostrando que é uma conquista possível e não tão difícil, o grande problema é que as pessoas não querem mudar.

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