QUESTÕES GERAIS A SEREM CONSIDERADAS AO ESCOLHER UM TERAPEUTA (PSICÓLOGO, PSIQUIATRA)
Do ponto de vista de um psicólogo.
Autor: PAUL CRITELLI [1]
Ainda que eu trabalhe em uma área conhecida nos Estados Unidos e pelo fato das pessoas serem altamente preocupadas em "não gastar", ainda fico surpreso ao receber um telefonema de um possível cliente e a primeira pergunta ser: Quanto você cobra?? Claro que o preço é importante, mas existem outras questões que deveriam ser respondidas antes de você decidir trabalhar com um psicólogo ou outro tipo de terapeuta.
Quando você vai a um terapeuta[2] pela primeira vez, lembre-se que você não está assinando com ele um contrato que vai valer para a vida toda, e uma avaliação mútua é necessária para ver se a combinação entre vocês é correta. Penso que em duas ou três sessões você poderá saber muito bem se vocês se entrosam (good fit).
Eu, normalmente, faço duas perguntas e peço ao cliente para fazer outras. Se todas elas são respondidas de maneira afirmativa, geralmente já se pode traçar alguns objetivos e começar a caminhar para alcançá-los. Se muitas perguntas são respondidas com um não, talvez o candidato, o cliente seja recomendado a procurar outra pessoa.
A primeira questão que me pergunto:
- Eu sei muito sobre este problema e como tratá-lo?
Muitos profissionais têm especializações e treinamentos em diversas áreas, e anos de experiência darão ao terapeuta muitas ferramentas que o ajudarão a auxiliar o cliente. No entanto, não saia andando da sala de um terapeuta que afirma que sabe tratar de TUDO – SAIA CORRENDO!!!!
A segunda pergunta que me faço:
Este cliente sairá ganhando, ou seja, crescendo com meus conhecimentos e estilo de tratamento?
Um especialista pode saber um tanto sobre diversos problemas, mas ele pode prejudicar o cliente quando não tem especialidade e conhecimento naquilo que ele busca. Eu sou muito pé-no-chão no meu trabalho, uso muito humor e foco o tratamento muito no dia de hoje ao invés de ressuscitar dores do passado. Ainda que este método seja útil para a maioria de meus clientes, algumas vezes vejo que alguns fariam mais progresso com uma terapia histórica, neste caso sugiro que procure outro profissional.
A terceira da série de perguntas que sugiro ao provável cliente, é que ele se pergunte: Este terapeuta me escuta e responde às minhas perguntas? Se ele não souber sobre o que perguntei, tentará conseguir uma resposta para mim? Sinto que esta pessoa é competente?
A quarta pergunta que encorajo clientes a se fazerem: Mesmo que este terapeuta seja o mais esperto do mundo, poderá realmente ajudar em meu crescimento com informações, durante o tempo de terapia que estivermos juntos?
Posso realmente aprender com o estilo dele, ou preciso – não necessariamente quero – alguém que se fixe mais no presente, ou mais religioso ou mais biologicamente orientado? Confio nesta pessoa? Gostar dela não é uma questão essencial, afinal….Vocês não estarão indo jantar juntos, portanto, gostar é OK, mas não crucial para uma relação profissional.
Estes não são os únicos fatores a serem considerados e estarei falando sobre outros tipos de terapia, modismos e falsas crenças (mitos) e como conseguir o maior progresso em terapia
[1] Dr. Paul J. Critelli é Diretor da Clínica Psycological Management Associates em Michigan Estados Unidos. Recebeu seu doutorado na Universidade de Fordham. Especializou-se no tratamento de problemas de ansiedade, stress e conduta. Participou de um treinamento intensivo dado pelo Dr. David Barlow e segue a linha de tratamento do mesmo. Continuou seus estudos de Rational Behavior Therapy at the Institute for Rational-Emotive Therapy em New York. Ë hoje um dos colaboradores do APOIAR, jornal e site.
[2] Usamos o nome terapeuta para indicar – psicólogo, psiquiatra.
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