1 2 3
Artigos

Frederick Schiffer - Pode um par de óculos curar desordem emocionais?

PODE UM PAR DE ÓCULOS CURAR DESORDENS EMOCIONAIS?">PODE UM PAR DE ÓCULOS CURAR DESORDENS EMOCIONAIS? 

Dr. Fredrick Schiffer é psiquiatra em Harvard e um dos dirigentes do Hospital McLean, já teve seus artigos publicados nos jornais mais respeitados inclusive o Journal of Neuropsychiatry, Comprehensive Psychiatry e Harvard Review od Psychiatry. Tem seu consultório em Newton, Massachusetts, USA.   

Dr. Schiffer estará participando de uma conversa no Chat do apoiar em breve. O estudo completo deste estudos e a sua teoria sobre as duas mentes, podem ser encontrados no Jornal APOIAR, de maio e junho/2001.

Entrevistador: Esta noite trazemos informações sobre uma descoberta médica surpreendente para você. Não é uma droga bio-criada ou um pedaço deslumbrante de equipamento de alta tecnologia. Este é um tratamento inovador para depressão e ansiedade que é tão simples que nem sequer o doutor de Harvard que propôs a idéia, pôde acreditar que funcionaria tão bem. É um par de óculos com uma das lentes tampada com uma fita, o que provoca em alguns pacientes uma visão totalmente diferente do mundo.

Entrevistador: Depressão e ansiedade… qual a chave para libertar uma mente com problemas? Psicólogos acreditam no poder curativo de terapia da conversa, ou seja, falar sobre os problemas. Por outro lado a neurociência nos diz que emoções são geradas através da química do cérebro e para resolver somente drogas como Prozac. Mas agora Dr. Fredric Schiffer, um psiquiatra de Harvard inventou um conceito novo e surpreendente para explicar algumas desordens emocionais comuns. Ele diz que é uma maneira simples, segura e barata de ajudar no tratamento dos distúrbios emocionais, um simples par de óculos, tendo tampado uma lente e mais 2/3 da outra, de forma que a pessoa só possa ver 1/3 da visão lateral esquerda ou direita. Dr. Schiffer diz que a luz que ilumina só um lado do olho, ativa o lado oposto do cérebro, e então aciona pensamentos e emoções específicas relacionadas com aquele lado*.

Dr. Schiffer: Estou maravilhado com os resultados. 

Entrevistador: E também seus pacientes… Este paciente concordou em falar com nosso programa se nós não o identificássemos. Nós o chamaremos Pedro. Três anos atrás, ele sentia-se caindo perigosamente em outra depressão. As pressões do trabalho o tinham rapidamente desequilibrado. A ansiedade que sentia era tão intensa e dolorosa que ele tentou um medicamento após outro, mas de nada adiantou.

Pedro (paciente do Dr. Schiffer): Quando você está deprimido e sente-se severamente afetado, uma das coisas que parece desaparecer é a esperança.

Entrevistador: O que você diz sobre a primeira vez que experimentou os óculos de proteção em terapia? Eles melhoraram a visão pessimista que o dominava?
Pedro:
 Logo da primeira vez, vi uma diferença enorme, foi surpreendente.

Entrevistador: Dr. Schiffer que faz parte do Hospital McLean, de Boston e famoso no mundo, acredita, como muitos outros estudiosos, que temos freqüentemente dois lados da nossa personalidade: um mais calmo e equilibrado o outro mais imaturo e impulsivo. Mas o Dr. Schiffer dá mais um passo em seu livro Of Two Minds: A ciência revolucionária de Psicologia das Duas Mentes. Ele acredita que temos duas mentes diferentes – literalmente  - dentro de nosso cérebro uma calma e otimista de um lado e a outra ansiosa e pessimista do outro. Dr. Schiffer  nos diz que a estimulação visual com os óculos especiais usados por ele em terapia pode ativar um ou outro lado do cérebro e então poderá ativa a parte mais tranqüila e otimista e esta parte entrando em ação, em domínio, poderá ensinar a imatura e desequilibrada a viver melhor, a viver no presente.

Dr. Schiffer: O objetivo é conseguir que a parte saudável ajude a preocupada.

Entrevistador: A idéia de que olhar para o lado direito ou esquerdo possa corrigir ou mudar nossos sentimentos ou emoções é controversa. Alguns neurocientistas são céticos. Mas muitos outros experts acreditam que a teoria do Dr. Schiffer é uma extensão lógica de estudos passado que mostraram que as duas partes do cérebro funcionam de maneira bastante diferente. Em outras palavras: se nossos dois aldos podem funcionar diferentemente, talvez eles possam sentir diferente também. Em 1995, Dr. Schifer decidiu testar esta teoria com pouca tecnologia e experiência.

Dr. Schiffer: Decidi pôr minhas mãos em cima de meus olhos para ver se sentiriam uma pequena diferença só olhando por um lado. Não senti qualquer diferença mas fui para o consultório e, não esperando nada, pedi para um paciente que fizesse o mesmo.

Entrevistador: Vendo que não causaria mau, você decidiu tentar com outras pessoas…

Dr. Schiffer: Sim valia a pena tentar. E então o primeiro paciente disse: - Oh, meu Deus!  E eu perguntei: - O que foi? Ele respondeu: - Minha ansiedade voltou inteirinha! Este paciente era um individuo que já vinha me ver há seis meses e estava se sentindo quase curado. Então eu sugeri: -Vamos tentar o outro lado. Ele disse: - Ah! Agora está muito melhor. Eu fiquei pasmo, absolutamente pasmo.

Entrevistador: Todos os cincos pacientes do Doutor. Naquele dia tiveram respostas dramáticas e similares ao estimulo. Dois dias depois Dr. Schiffer, agora usando os óculos ao invés das mãos, foi testando qual a distância que deveria ser colocada a fita para impedir a visão e melhor estimular o cérebro. Eu mesmo observei um voluntário usando o óculos de proteção. 

Dr. Schiffer: Os pacientes me diziam a que distancia deveria por a fita, e deram as avaliações muito precisas e consistentes.

Entrevistador: O próximo passo então seria testar o óculos de proteção mais cientificamente. Dr. Schiffer testou respostas emocionais em setenta pacientes enquanto provocava sentimentos diferentes estimulando o lado direito ou o esquerdo. Ele notou que alguns tiveram os sentimentos de ansiedade e pessimistas no cérebro direito, outros no direito. Variava de um indivíduo para outro e era difícil predizer quais sentimentos estavam associados a qual lado. Mas o doutor usou também estudos já feitos sobre ondas cerebrais em quinze pacientes para comprovar que tampando um dos lados da visão acionava o lado oposto do cérebro.

Pergunta feita ao estudante por um neuroscientista: Quanta ansiedade você sente agora? Nenhuma, alguma, moderada, bastante, muita?

Estudante: - Devo dizer uma quantia grande!

Entrevistador: Mas quando o estudante mudou de óculos vendo de outro lado do cérebro disse que quase não sentia ansiedade alguma.

Dr. Schiffer: (pedindo ao estudante que mude de lado novamente) - -Agora diga o que sente.

Estudante: Sinto vontade de arrancar o óculos.

Dr. Schiffer: - Porquê?

Estudante: Porque eles estão me fazendo sentir muita raiva.

Dr. Schiffer: - Agora olhe pelo outro lado novamente.

Estudante: - Sinto-me OK agora. Faz-me sentir mais realizado e feliz. O outro lado me faz sentir em guerra ou coisa assim.

Entrevistador: O que o estudante demonstrou no teste de laboratório foi o que o Dr. Schiffer disse que observa nos pacientes, que o sofrimento psicológico deles parece estar mais concentrado em um dos lados do cérebro. Eu tive a oportunidade de assistir uma sessão com Pedro, vejamos como foi:

Dr. Schiffer: Pedro, escolha um óculos.

Pedro: Bem, vamos ao lado negativo primeiro.

Entrevistador: Para Pedro o lado negativo está no cérebro esquerdo, e eu observo a angústia tomando conta dele, manifestando.

Pedro: Fico ansioso imediatamente.

Dr. Schiffer: O que você está sentindo?

Pedro: Muito ansioso, eu sou um anúncio ambulante de insegurança e no final das contas do fracasso. E estes sentimentos se manifestam em forma de ansiedade porque eu não quero sentir deste modo: fracassado, inseguro.

Dr. Schiffer: Seus sentimentos parecem muito dolorosos.

Pedro: Sim é doloroso. Minha vida seria intolerável se eu tivesse de viver só com este lado.

Entrevistador: Dr. Schiffer pede agora para Pedro que troque o óculos do lado positivo. E eu posso ver imediatamente a diferença na expressão dele.

Pedro: Esta experiência nunca deixa de me maravilhar. Sempre me surpreendo com o efeito do óculo, como acontece. Quero dizer, apesar de já estarmos trabalhando juntos há algum tempo, sempre me espanta o resultado. A perspectiva deste lado é tão diferente da do outro lado…quero dizer é incrível. É um sentimento maravilhoso.

Entrevistador: Podemos ver a diferença! É incrível. Dos relatórios de Schiffer podemos saber que 40% dos pacientes dele não tiveram nenhuma resposta ao óculos de proteção, 30% tiveram uma reação moderada. Porém outros 30% apresentam uma intensa resposta, esta porcentagem é a mesma para quem se beneficia com o uso de Prozac. Mas os óculos é apenas uma ferramenta.

Dr. Schiffer: Niguém vai ser ajudado só colocando um par de óculos. Eles são simplesmetne um suplemento para ensinar como se comunicar com os dois lados e fazer mudanças.

Entrevistador: Mas muitos dos pacientes do Dr. Schiffer dizem que os óculos são a medicina de que eles precisam para manter a mente madura em controle, focado no positivo. Pedro fez óculos de sol especial para ajudá-lo, ou seja com o lado que estimula o lado positivo com menos cor. Parecem óculos de sol regular, mas funciona ativando a parte madura e oferecem um alimento prático para a saúde mental dele.

Pedro: Trás esperança… e esperança é uma coisa muito importante, porque tendo esperança, qualquer coisa pode acontecer para mim.

Entrevistador: Se esta terapia parece fácil, tente em casa. Dr. Schiffer diz que é fácil qualquer um pode tentar. E você nem precisa dos óculos, basta segurar suas mãos em frente aos olhos conforme já descrito. Se você sente mais confortável de um lado, então esta terapia pode ajudá-lo muito a viver em mais harmonia consigo mesmo. 

voltar