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O Relaxamento começa na sua mente

Por: Silvia Helena Cardoso - psicobióloga

Existem muitas coisas que você pode fazer para melhorar a sua memória, entre as quais o uso de determinadas técnicas mentais, e os cuidados com a nutrição e os medicamentos. 
Estimular a memória. Utilize ao máximo a sua capacidade mental. Desafie o novo. Aprenda novas habilidades. Se você trabalha em um escritório, aprenda a dançar. Se for um dançarino, aprenda a lidar com computador; se trabalha com vendas, aprenda a jogar xadrez; se é um programador, aprenda a pintar. Isto poderá estimular os circuitos neurais do seu cérebro a crescerem.

Prestar atenção. Não tente guardar todos os fatos que acontecem, mas focalize sua atenção e se concentre naquilo que você achar mais importante, procurando afastar de si todos os demais pensamentos.

Exercício: pegue um objeto qualquer, por exemplo, uma caneta e se concentre nela. Pense sobre suas diversas características: seu material, sua função, sua cor, sua anatomia, etc. Não permita que nenhum outro pensamento ocupe a sua mente enquanto você estiver concentrado na caneta.

Relaxar. É impossível prestar atenção se você estiver tenso ou nervoso.

Exercício: prenda a respiração por dez segundos e vá soltando-a lentamente.

Associar fatos a imagens. Elas são uma forma muito eficiente de memorizar grande quantidade de informação.

Visualizar imagens. Veja as figuras com os "olhos da mente".

Exercício: Feche os olhos e imagine um bife frito, grande e suculento.

Sinta o aroma e a maciez da carne.

Imagine-se cortando a carne com uma faca e um garfo e saboreando-a. 
Se a sua boca se encheu de água enquanto você visualizou esta cena, então você fez um bom trabalho! Faça exercícios com outros objetos como: um prato de sopa, uma taça de sorvete, uma torta de chocolate, em uma sala de dentista, em uma sala de exame, etc.

Alimentos. Algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento apropriado da memória: tiamina, ácido fólico e vitamina B12. São encontradas no pão e cereais, vegetais e frutas. Alguns especialistas afirmam que vitaminas sintetizadas melhoram a memória, mas outros duvidam dizendo que estudos não comprovaram que estes nutrientes funcionam.

Água. A água ajuda a manter bem a função e os sistemas da memória, especialmente em pessoas mais velhas. De acordo com a Dra. Turkington , a falta de água no corpo tem um efeito direto e profundo sobre a memória; a desidratação pode levar a confusão e outros problemas do pensamento.

Sono. A fim de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se permita sono suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo, o cérebro se desconecta dos sentidos e processa, revisa e armazena a memória. A insônia leva a um estado de fadiga crônica e prejudica a habilidade de concentrar-se e armazenar informações.

Medicação. Algumas drogas podem causar perda da memória: tranqüilizantes, relaxantes musculares, pilulas para dormir, e drogas antiansiedade, particularmente os benzodiazepínicos que incluem o diazepam (valium) e lorazepam. Algumas drogas cardíacas, tais como o propanolol, que é usada para controlar a pressão alta (hipertensão) podem causar problemas de memória e depressão.

Álcool. O alcoolismo é um dos mais sérios candidatos a afetar a memória. O álcool afeta especialmente a memória a curta duração, o que prejudica a habilidade de reter novas informações. Estudos mostraram que mesmo a ingestão de baixas quantidades de bebida alcoólica durante toda a semana interfere com a habilidade de lembrar.

Fumo. Já é conhecido que o fumo quebra a quantidade de oxigênio que chega ao cérebro e este fato muitas vezes afeta a memória. Estudos mostraram que fumantes de um ou mais pacotes de cigarros por dia tiveram dificuldades em lembrar de faces e nomes de pessoas em teste de memória visual e verbal, quando comparados com indivíduos não fumantes .

Cafeína. Café e chá têm um efeito muito positivo para manter a atenção e acabar com o sono, mas a excitação provocada por estas bebidas pode interferir com a função da memória.

Silvia Helena Cardoso é psicobióloga, com doutorado pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles. Pesquisadora associada do NIB/UNICAMP , editora-chefe e criadora da Revista "Cérebro & Mente".

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