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Editorial

Editorial Dezembro 2013


Mas sem superpoderes e magia, como podemos nos tornar super-heróis, fazer a diferença no mundo e criar maravilhas? Como vencer o mal que está a nossa volta, quando vemos os vilões ganhando a batalha todos os dias contra os fracos e oprimidos?

Como se tornar um super-herói.

Silvana Prado



A maioria de nós cresceu vendo filmes e desenhos de super-heróis. Super-Homem, o homem de aço, que voa mais rápido que uma bala; o Homem-Aranha, que com suas teias faz o inimaginável; Hulk, nos seus acessos de raiva, se transforma num ser poderoso que protege os oprimidos; e, claro, a Mulher-Maravilha, com seu laço da verdade e sua nave invisível.

Mulheres com superpoderes não temos muitas, mas vilãs, algumas são memoráveis, como a Mulher-Gato, e até Sherlock Holmes, o superinteligente detetive, teve sua grande paixão, a vilã Moriarte.

Esses super-heróis nunca me impressionaram muito, mas as bruxas e feiticeiras sim. A que mais me marcou foi Morgana, a feiticeira da época do Rei Arthur. Poderes de enfeitiçar pessoas, jogar encantos que fariam o enfeitiçado acreditar em algo que não existia; curar ou inventar doenças, criar ilusão do amor ou do ódio, os recursos são ilimitados.

O poder, no entanto, traz consequências e com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Os resultados que a magia ou o ato dos super-heróis terão no futuro são imprevisíveis, porque até os anti-heróis têm seu papel no Universo.

Mas sem superpoderes e magia, como podemos nos tornar super-heróis, fazer a diferença no mundo e criar maravilhas? Como vencer o mal que está a nossa volta, quando vemos os vilões ganhando a batalha todos os dias contra os fracos e oprimidos?

Muitas vezes balançamos a cabeça ao ver tanta desonestidade, isto principalmente dos políticos que foram eleitos para defender os direitos dos oprimidos e se tornaram os grandes opressores e, sem qualquer vergonha ou moral, se envolvem em golpes que pessoas honestas sentem-se envergonhadas só de pensar.

Dias desses vi um filme de um super-herói humano. A História de Uma Lenda narra a ascensão do primeiro jovem negro a entrar no beisebol. Numa época em que negros não podiam se misturar com brancos, o jovem é chamado a enfrentar a maior batalha que um ser humano tem de enfrentar: vencer a si mesmo, seu ego, seu orgulho por um objetivo grandioso, que beneficiaria todos os seus irmãos de cor.

A história é impressionante porque foi exigido do herói não que lutasse, mas que usasse de toda sua força para que, mesmo frente às maiores ofensas, se mantivesse em controle.

Enfrentando abuso moral em quase todos os locais aonde ia, seu comportamento foi criando empatia, que é algo muito maior que simpatia, pois na empatia você sente a dor do outro. De uma maneira interessante o silêncio dele perante as agressões fez com que as pessoas passassem a ficar do seu lado, rejeitando os agressores. Ele não era mais um jogador negro, era alguém sendo injustamente ofendido, o que gerou compaixão nas pessoas.

Tornou-se um dos maiores jogadores do beisebol, e o número de sua camisa – 42 – nunca mais nenhum jogador pôde usar, porque ele se tornou um símbolo ao qual ninguém poderá se equiparar.

Martin Luther King, em um dos seus discursos, falou sobre esta luta silenciosa: responderemos à agressão com o silêncio e faremos tanto isto que no decorrer do tempo venceremos nossos opressores, pelo amor.

Gandhi libertou também a África do jugo da Inglaterra com uma revolução não violenta.

Homens como estes são os verdadeiros super-heróis, eles não voam e não têm superpoderes, mas enfrentam os maiores vilões com as armas mais poderosas que nos foram dadas: o silêncio, a calma, o ideal constante de trazer transformação.

Acontece o voo, mas de ideais; de ferro, somente a vontade deles, e suas vidas afetaram pessoas no mundo inteiro.

Estamos às portas do Natal, um dos grandes super-heróis do mundo também deixou as marcas de seus superpoderes: Jesus. Ele veio ao mundo sem nenhum poder material, filho de carpinteiro, tornou-se uma das maiores influências da história, sem usar de qualquer violência. Até hoje historiadores se perguntam se ele realmente existiu ou se é só um mito. Como o que Jesus realizou parece impossível.

O Natal deveria ser um convite à reflexão: como nos tornarmos super-heróis?

O que podemos fazer hoje que mudaria a vida de nossos semelhantes? Até quando vestiremos a fantasia de personagem secundário na história dos heróis? Alguém que fica sem fazer nada de ruim, mas também nada de bom?

O convite é para que façamos a renovação dentro de nós sem esperar que o mundo mude. Ser super-herói é defender o planeta, os animais, as crianças, os fracos, os idosos.

Comece este final de ano a cultivar o super-herói que existe em você. Deus deu capacidades ilimitadas a cada um de nós; use as suas.

Finalmente, lembre-se Natal é uma celebração a um ser Divino. Que seu Natal seja então voltado para o cultivo da fé e do amor, da compaixão e solidariedade!



Paz e Luz.

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