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Grupo esperança e vida

Estima-se que, no Brasil, um milhão de adolescentes dão à luz a cada ano, o que corresponde a 20% do total de nascidos vivos. As estatísticas também comprovam que, a cada década, cresce o número de partos de meninas cada vez mais jovens em todo o mundo.

Quem nunca ouvir falar de alguma menina de 13 ou 14 anos grávida? Talvez não damos muita atenção para tudo o que acontecera na vida desta jovem, seu namorado (ou ex.), sua família e, finalmente, a criança.

Terá a jovem apoio do pai da criança? Dos pais? Poderá voltar um dia a escola? Como cuidar de uma criança sendo tão imatura? Terá de desistir de todos os seus sonhos? E o filho? Quais as esperanças para seu futuro?

Muitas delas por medo de contar aos pais, ou envergonhadas perante amigos e conhecidos, se veem no meio de um abandono e desespero desconhecidos para muitos de nós. Para piorar, às vezes, ao contar para o namorado, que pode ser também outro adolescente, pressionada, procura o caminho que, parece, resolverá todos os problemas: o aborto, causando a morte da criança e às vezes a própria.

Outras vezes levam a gravidez até o termino e dão à luz a criança em locais sujos e escondidos, causando a morte do recém-nascido, ou abandonam os filhos em portas de igrejas, latas de lixo, etc. Alguns também perecem antes de serem encontrados.

A menina ou jovem que tinha uma vida de sonhos pela frente, causa a morte do filho e se encontrada, responderá criminalmente por seus atos, a menos que seja provada estado mental incapacitante.

Colocamos as mãos no rosto e dizemos: Que horror, como ela pode ter feito isto? Talvez possamos dizer: quem mandou fazer sexo? Nestes momentos é que demonstramos nossos níveis de espiritualidade.

Afinal quem somos nós para julgar? Onde estávamos quando esta criança precisou de nossa ajuda para poder carregar a outra criança que trazia dentro de si?

Não vamos nos esquecer das horas e horas na frente da televisão vendo novelas repugnantes, criando esperanças de que a vida delas irá dar certo como na novela.

O aborto trará consequências emocionais, cicatrizes que se manifestarão como culpa, baixa autoestima que dificilmente serão esquecidas. Talvez passem a vida fazendo escolhas erradas, se punindo de maneira consciente ou inconsciente. Uma vida, sob a sombra do ato praticado.

Quando a atividade sexual tem como resultante a gravidez, gera consequências tardias e a longo prazo, tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido. A adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto. Há inclusive quem considere a gravidez na adolescência como complicação da atividade sexual.

A vinda de uma criança de forma precoce, e muitas vezes inesperada, desdobra-se, geralmente, numa reorganização ou, talvez, desorganização, familiar, que pode tomar várias direções: ora assumindo e ajudando a adolescente a cuidar da criança; às vezes obrigando a união do casal, para que ambos sejam responsabilizados pelo nascimento do bebê, entre outras atitudes.... São muitos os caminhos possíveis...

E não é só isso. A gestação nesta fase leva também à interrupção precoce da escolaridade, devido ao constrangimento e as pressões de diretores, professores, colegas e pais de colegas, dificultando com isso a inserção futura da adolescente no mercado de trabalho.

Junto a isso, o aborto também se torna um relevante problema de saúde pública no Brasil, na medida em que é praticado amplamente pelas mulheres em contexto clandestino, com meios inseguros e por profissionais despreparados.

Nas estatísticas de mortalidade, os dados relacionados à hospitalização indicam o aborto como uma das principais causas de morte no país, o que é ainda mais contundente quando se verifica que a prática da interrupção da gravidez espelha as desigualdades sociais brasileiras.

Esquece-se muitas vezes de abordar as condições psicológicas e sociais na qual essa adolescente se encontra no momento em que a gravidez ocorre.

Levando em consideração as questões acima citadas e as crenças, os valores e o modo como representa e age a família perante a situação, ou seja, considerando as potencialidades e os limites da família, os profissionais, como os psicólogos, por exemplo, têm a possibilidade de exercerem a escuta, o acolhimento e o cuidado, tanto da adolescente grávida quanto dessa família, inseridos em seu contexto familiar e social.

NOVO PROGRAMA
DO GRUPO APOIAR
Levando em consideração todos estes aspectos, o Grupo Apoiar está se preparando para montar um programa de apoio a jovens grávidas, com o intuito de informar e oferecer tratamento psicológico e terapia ocupacional para jovens que estejam vivendo esta situação e não sabem como proceder ou onde procurar ajuda.

É necessário, em muitos casos, oferecer ajuda aos pais da jovem, que enfrentam também grandes dificuldades: vergonha, culpa, despreparo para lidar com a situação.

Não vamos esquecer o pai da criança que, querendo ou não será obrigada pelo menos, legalmente, a assumir o filho que concebeu, e talvez tomando consciência da importância de seu papel na vida do filho que chegará, poderá ser mais do que o cara que só deposita a pensão todos os meses.

É um grupo voltado para a reconstrução da estrutura familiar, do aprendizado de novas estratégias para enfrentar as situações que virão, seja assumir a criança, seja enviar para adoção.

Haverá aulas de artesanato ajudando assim a futura mãe a se conectar com o filho que chegará.

Além de terapia em grupo para as jovens participantes, e, caso necessário, terapia individual.

Após o nascimento do bebê, os objetivos serão voltados para ajudar a jovem a ser novamente inserida na escola, ou buscar novos objetivos coerentes com a nova situação.

Nunca este grupo buscará impor decisões aos jovens pais ou familiares.

Será um grupo de orientação, apoio, com atividades psicoeducacionais, voltadas para esse momento conflituoso que a jovem passa desde o momento em que descobre a gravidez até após o nascimento, quando ela muitas vezes ainda não sabe como continuar a sua vida.

Por esta razão se chama ESPERANÇA E VIDA!

Mais informações ligue: (16) 3432-1233 ou pelo e-mail: [email protected]


BEM VINDO A VIDA!

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