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VOLUNTÁRIOS EDUCAM ADOLESCENTES SOBRE DOENÇA MENTAL.

São 9h o sinal toca, chamando os alunos para a aula na Escola X, Califórnia. Na frente da sala a palestrante cumprimenta 25 adolescentes, com idade entre dezesseis a dezenove anos: - Bom Dia! Sou Kati Mester, e vim falar com vocês sobre doença mental, diz ela.  Não se ouvem risadinhas, nem piadas, nem murmúrios. Os estudantes sabem que o assunto é sério: muitos têm um familiar com doença mental ou eles mesmos a sofrem de alguma.

Mais ou menos uma em cada cinco famílias, têm um familiar com doença mental, diz Kati. Alguns estudantes balançam a cabeça concordando. Eu penso que é assim, diabetes ou doença do coração afeta o corpo, a doença mental afeta o cérebro. Existem doenças biológicas persistentes e severas que atrapalham/interferem na sua habilidade de pensar e se relacionar com outros. Eu sei porque tenho uma doença mental também.

Através de um programa comunitário do NAMI[1] e da Associação de Saúde Mental, foi possível começar o CIRCULO DA ESPERANÇA, um programa que aumenta a atenção para doenças mentais e se torna um centro de referencia e apoio para adolescentes e seus familiares. Um dos aspectos do programa é acessar as escolas.

NAMI treinou palestrantes para ajudar estudantes na adolescência – a identificarem sérias desordens neurobiológicas do cérebro e a aprender onde procurar tratamento e ajuda. Esta comunicação com as escolas dá aos voluntários a esperança de ajudar a reduzir discriminação e eliminar o mito e estigma da doença mental. – Ë triste, mas muitas pessoas sofrem de desordens mentais; diz Kati aos estudantes. 

Durante a apresentação os voluntários, algumas vezes, escutam comentários estarrecedores dos estudantes. Donna Polland, criadora e organizadora do programa, lembra de uma vez em que, depois de interrompida diversas vezes por um rapaz, finalmente disse: - Por favor, fique quieto, você está me incomodando! Ao que ele retrucou: - As vozes dentro de minha cabeça também… 

Quão efetiva é esta comunicação com as escolas? – Tenho distúrbio bipolar, portanto, eu já sabia alguma coisa sobre o assunto, mas aprendi mais, diz uma estudante.  - Minha mãe tem depressão, eu sei que tenho de estar atento aos meus sentimentos – diz outro estudante. 

Um estudante diz que está feliz porque o programa existe, e reconhece os sintomas nela mesma. - Comentários semelhantes, vem de estudantes e professores em cartas enviadas à Nami, diz o coordenador dos voluntários, Leah Ezzele. Muitos elogiam o palestrante e pedem que voltem. 


Kati diz aos estudantes: - Aqui estão alguns sintomas: 

* Depressão profunda/depressão clínica: tristeza persistente, pouca energia, auto-estima baixa, mudança na capacidade de trabalhar/estudar; no sono e na alimentação. 

* Desordem bipolar/mania-depressão: repetidas mudanças de humor com ciclos de depressão profunda e entusiasmos altíssimos e inapropriados. 

* Esquizofrenia: depressão, ansiedade extrema, pânico, afastamento das pessoas, alucinações, ilusões enganosas. 

* Pânico/ansiedade: inesperados e repetidos episódios de medo intenso com  inexplicáveis sintomas físicos. 

* Transtorno Obsessivo Compulsivo: ansiedade, pensamentos e comportamentos repetitivos como, por exemplo, lavar as mãos sem parar. 

O programa é de graça. É apropriado para professores, psicólogos e todo tipo de escolas. 

Uma vez que o aparecimento de desordens mentais surge entre os dezesseis e vinte e cinco anos, o programa ajuda estudantes, pais e professores a reconhecerem os sintomas e buscar ajuda de um psicólogo ou médico.   

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