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Como resgatar o meu equilíbrio

Correria, competitividade, trânsito pesado, conflitos com o chefe, má alimentação, insatisfações, excesso de trabalho, ufa!!! Esses são apenas alguns dos motivos, inevitáveis na vida moderna, que provocam o estresse. Considerado um mal moderno, o estresse é um conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, emocional, infecciosa e outras capazes de perturbar-lhe a homeostase - a harmonia natural do corpo .

É uma linguagem própria e natural dessa estrutura altamente complexa, que é o corpo humano. O estresse em si não é doença, mas um conjunto de respostas instintivas dadas por esta estrutura formada por corpo, mente e espírito diante das influências que podem comprometer a sua estabilidade.

Somos uma verdadeira usina, movida por energias (alimentos, ar, pensamentos, sentimentos, emoções, etc.). A vida é energia e toda energia tem polaridades. Positivo e negativo, yin e yang, ordem e caos são apenas alguns dos opostos que coexistem em nosso mundo. Essa dualidade também marca presença no corpo, na mente e no comportamento das pessoas (inspiração/expiração, nutrição/excreção, tensão/relaxamento, alegria/tristeza, etc.). Para existir uma é preciso que exista a outra. Se observarmos mais atentamente a natureza, perceberemos que tudo se move num espantoso ritmo de ordem e desordem. A esse ritmo chamamos equilíbrio.
O estresse torna-se prejudicial quando deixamos de navegar entre um pólo e outro, quando perdemos conexão com a sabedoria inata do nosso sistema, a capacidade de auto-organização guardada em nosso inconsciente. O organismo, instintivamente, sempre se esforçará para restabelecer a ordem e a saúde. É como uma planta, que vai em busca da luz do sol, não importam os obstáculos. Enquanto as nossas atitudes e hábitos continuarem a conflitar com as atitudes naturais do corpo, o estresse continuará a ser prejudicial. Analisemos a pilotagem de um barco. Sabemos que, devido à maré, é impossível manter o barco numa linha reta. Para o barqueiro manter a rota, ele alterna entre direita e esquerda, procurando minimizar o desvio. Assim, quanto maior o desvio com relação à rota prefixada, maior será o esterçamento no sentido contrário. Então, equilíbrio é uma alternância de energias opostas, que possui ritmo e movimento.

É bom lembrar que a reação fisiológica do homem moderno é a mesma do homem primitivo, porém o estilo de vida é completamente diferente. Hoje não podemos lutar com o inimigo ou...o chefe, ou simplesmente sair correndo diante de um novo desafio. Já o contato com a natureza, a caça e a luta proporcionavam atividade física constante, garantindo corpo e mente em forma. Assim, o homem primitivo estava em harmonia com o seu ritmo, vivia momentos de intensa tensão, mas instintivamente sabia relaxar. Deste modo, os efeitos negativos do estresse não perturbavam a sua estabilidade. A vida moderna é exigente e competitiva. Vivemos numa incessante tensão, pois nos condicionamos a acreditar que nossa vida é assim. O problema está em não deixarmos o sistema restabelecer a ordem através do relaxamento, insistindo demasiadamente na tensão. Não há problema trabalhar 14 horas por dia, ter um chefe alienado ou correr demais, mas é preciso (re)aprender a restabelecer o ritmo natural e adequado a cada um. É preciso efetuar a compensação. A nossa relação com o mundo é uma relação de troca. Inspiramos oxigênio exalado pelas plantas e expiramos gás carbônico, absorvido por elas. Para ganhar é preciso doar. Basta observar esse ritmo que nasceu conosco e com o qual vivemos brigando. Precisamos aceitar que estamos dentro de um sistema maior, regido por uma lei natural. A vida é prática e objetiva, não existe meio-termo. Vivemos ora no positivo ora no negativo. A vida é uma alternância de tensão e relaxamento, de altos e baixos, de alto desempenho e baixo desempenho, de inspiração e expiração. Resgatar a consciência desse ritmo é o começo de uma vida repleta de saúde e bem-estar. A tecnologia nos trouxe excelentes progressos para a vida, a saúde e o trabalho, mas pouco foi feito para o desenvolvimento humano, preparando-nos para lidar com tantas mudanças. O mundo mudou e "não fomos avisados".

A vida sedentária é extremamente perigosa para nossa estrutura, que é própria para o movimento. Assim como os músculos, o nosso sistema nervoso, quando não desenvolvido e positivamente estimulado, também atrofia e fica menos resistente. A atividade física não serve apenas para descarregar, mas principalmente para alongar e fortalecer toda a nossa estrutura. Diante de uma ventania, fica de pé o bambu ou a árvore centenária? Certamente a mais resistente é a que for mais flexível. A mesma regra podemos aplicar a nós, pois flexibilidade é ritmo e movimento. E a vida é o quê?

Devemos lembrar que os desafios são grandes oportunidades de crescimento pessoal e profissional e acontecem na medida certa para cada um. Devemos ter cuidado para não valorizá-los demasiadamente, pois a intensidade do estresse está mais relacionada com a forma como encaramos os desafios do que com os desafios propriamente ditos. A busca pela qualidade de vida não deve ser a meta, ela é apenas decorrência de hábitos e atitudes. Devemos focar o autogerenciamento de nossas vidas assumindo a responsabilidade sobre ela, desenvolvendo a consciência sobre o nosso ritmo, a nossa alimentação e, principalmente, as nossas ações. Afinal de contas, responsabilidade significa habilidade para escolher respostas.

Quando essa consciência se estabelece, dificilmente o estresse se torna prejudicial, pois desenvolvemos a sapiência das nossas potencialidades e também dos nossos limites. Então trabalhamos melhor as emoções, afugentando a insegurança e o medo, fazendo brotar virtudes como a firmeza, a segurança e a assertividade, que serão características presentes em nossa personalidade. O estresse não é um inimigo, mas um grande amigo. Devemos apenas aprender a traduzir as mensagens que essa maravilhosa estrutura, chamada corpo humano, nos envia constantemente. Nosso corpo só quer ser respeitado.

Saia da inércia e cure-se.

1. RESPIRAÇÃO: A respiração é o ritmo da vida. É a ponte entre o corpo e a mente. Mantendo uma respiração calma e tranqüila, podemos influenciar nosso estado mental e emocional.

2. ALONGAMENTOS: Faça alongamentos. Eles desintoxicam o corpo, aumentam a resistência a tensões e fortalecem o sistema nervoso. Um corpo alongado vai influenciar positivamente a mente e o sistema nervoso, tornando-os também flexíveis e resistentes.

3. MEDITAÇÃO: Procure dedicar alguns minutos diariamente para ficar a sós. Reflita sobre seus valores de vida. Dedique-se a ouvir-se.

4. PENSAMENTOS POSITIVOS: Cultive pensamentos positivos. Visualize seus objetivos e seus desafios sendo superados. Enfrentar qualquer coisa é sempre menos traumático quando se está preparado.

5. ATIVIDADES FÍSICAS: Dedique-se a práticas físicas, sempre condizentes com a sua situação e capacidade. Elas fazem bem ao corpo e à mente.

6. RELAXAMENTO: Procure aprender técnicas de relaxamento. São excelentes para aliviar tensões.

7. SONO: Procure dormir o suficiente todas as noites.

8. CONTATO COM A NATUREZA: Procure manter contatos freqüentes com a natureza. Ande descalço na grama ou na terra, tome banho de mar, de cachoeira, etc.

9. ALIMENTAÇÃO: Tão importante quanto saber o que comemos é o como comemos. Durante as refeições, procure concentrar-se no ato de comer, mantendo uma atitude pacífica: evite discutir assuntos impróprios à mesa.

10. VÍCIOS:
 Reflita sobre seus vícios. O fumo e o álcool são venenos terríveis para o sistema imunológico.

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